A Biblia Sagrada

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Assim diz o Senhor: Santifica-os na Verdade; a Tua Palavra (A Bíblia) é a Verdade. João 17:17

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Lição da Escola Sabatina - 24 a 31 de Dez. 2011


Lição 14
24 a 31 de dezembro



Anunciando a glória da cruz


Casa Publicadora Brasileira – Lição 1442011



Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ap 7–9

VERSO PARA MEMORIZAR: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl 6:14).

Leituras da semana: Gl 6:11-18Rm 6:1-612:1-82Co 4:105:1711:23-29

Este estudo sobre Gálatas foi intenso. Isso ocorre porque a carta em si é intensa. Conhecendo seu chamado e a verdade do que ele pregava (afinal, como ele disse várias vezes, essa verdade veio do Senhor), Paulo escreveu com a paixão inspirada dos profetas do Antigo Testamento: um Isaías, um Jeremias, um Oseias. Da mesma forma que eles apelaram ao povo de Deus em seu tempo para que se afastasse do erro, Paulo estava fazendo o mesmo com as pessoas do seu tempo.

Não importa quão diferentes fossem as circunstâncias imediatas, no fim, as palavras de Jeremias poderiam tão facilmente ser aplicadas aos gálatas, como foram para as pessoas nos dias de Jeremias: “Assim diz o Senhor: ‘Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-Me e conhecer-Me, pois Eu sou o Senhor, e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a Terra, pois é dessas coisas que Me agrado’, declara o Senhor” (Jr 9:23, 24, NVI).

Em nenhum lugar a nossa “gloriosa” sabedoria humana, as nossas riquezas e o nosso poder aparecem mais claramente, em toda a sua futilidade e vaidade do que diante da cruz de Cristo, o foco da carta de Paulo ao seu rebanho errante na Galácia.



Domingo
Ano Bíblico: Ap 10, 11


Da própria mão de Paulo


Compare as palavras finais de Paulo em Gálatas 6:11-18 com as considerações finais que ele fez em suas outras cartas. De que forma o encerramento de Gálatas é semelhante e em que aspecto é diferente delas? (Veja as considerações finais em Romanos, 1 e 2 Coríntios, Efésios, Filipenses, Colossenses, e 1 e 2 Tessalonicenses.)

As observações finais de Paulo nem sempre são iguais, mas uma série de elementos comuns aparece nelas: (1) saudações a indivíduos específicos, (2) uma exortação final, (3) uma assinatura pessoal, e (4) uma benção final. Quando essas características típicas são comparadas com suas palavras finais em Gálatas, duas diferenças significativas aparecem.

Em primeiro lugar, ao contrário de muitas das cartas de Paulo, Gálatas não contém nenhuma saudação pessoal. Por quê? Assim como ocorreu com a ausência da tradicional ação de graças no início da carta, esse é provavelmente mais um indício da relação tensa entre Paulo e os gálatas. Paulo foi educado, mas formal.

Em segundo lugar, devemos lembrar que era costume de Paulo ditar suas cartas a um secretário (Rm 16:22). Então, depois de terminar, Paulo muitas vezes tomava a pena e escrevia algumas breves palavras do próprio punho para concluir a carta (1Co 16:21). Em Gálatas, no entanto, Paulo fez algo diferente do que era seu costume. Quando pegou a pena do escriba, Paulo ainda estava tão preocupado com a situação na Galácia que acabou escrevendo mais do que era comum. Ele simplesmente não podia soltar a pena antes de apelar aos gálatas mais uma vez para que se afastassem de seus caminhos insensatos.

Em Gálatas 6:11, Paulo enfatizou que escreveu a carta com letras grandes. Realmente não sabemos por quê. Alguns têm especulado que Paulo não estava se referindo ao tamanho das letras, mas à sua forma malfeita. Eles sugerem que, talvez, as mãos de Paulo estivessem tão debilitadas, em consequência da perseguição, ou deformadas por causa do trabalho de fazer tendas, que ele não poderia traçar as letras com precisão. Outros acreditam que seus comentários fossem evidência adicional de sua deficiência visual. Embora ambas as visões sejam possíveis, parece muito menos especulativo concluir simplesmente que Paulo estivesse escrevendo intencionalmente com letras grandes, a fim de destacar e enfatizar novamente sua mensagem, semelhante à nossa maneira de enfatizar uma palavra ou conceito importantes, sublinhando, colocando em itálico ou escrevendo em letras maiúsculas.

Seja qual for a razão, Paulo certamente queria que os leitores prestassem atenção às suas advertências e admoestações.



Segunda
Ano Bíblico: Ap 12–14


Buscando a glória na carne


1. Leia Gálatas 6:12, 13. Qual era a motivação dos defensores da circuncisão? O que nos motiva hoje a defender nossas opiniões?

Embora Paulo tivesse sugerido anteriormente os objetivos e a motivação de seus adversários (Gl 1:74:17), suas observações em Gálatas 6:12, 13 foram os primeiros comentários explícitos que ele fez sobre seus adversários. Ele os descreve como querendo “ostentar-se na carne”. A expressão “ostentar-se” em grego significa literalmente colocar “uma boa face”. De fato, a palavra para “face”, em grego, é a mesma palavra para a máscara de um ator, e essa palavra era usada igualmente em sentido figurado para se referir ao papel desempenhado por um ator. Em outras palavras, Paulo estava dizendo que essas pessoas eram como atores buscando a aprovação de uma plateia. Em uma cultura baseada na honra e vergonha, a conformidade era essencial, e os que ensinavam os erros pareciam estar buscando aumentar seu grau de honra diante dos seus companheiros judeus na Galácia e de outros cristãos judeus de Jerusalém.

Paulo apresentou um ponto importante sobre um de seus motivos – o desejo de evitar a perseguição. Embora a perseguição possa certamente ser entendida em suas formas mais dramáticas, envolvendo violência física, ela poderia ser igualmente prejudicial, mesmo em suas formas mais “leves” de assédio e exclusão. Paulo e outros judeus fanáticos na Judeia no passado haviam realizado o primeiro tipo, a violência física (Gl 1:13), mas este último também teve seu efeito sobre os cristãos.

Os líderes religiosos judeus ainda tinham influência política significativa em muitas regiões. Eles tinham a aprovação oficial de Roma; por isso, muitos cristãos judeus estavam desejosos de manter boas relações com eles. Circuncidando os gentios e ensinando-os a observar a Torá, os perturbadores da Galácia poderiam encontrar um ponto de consenso com os judeus locais. Isso não apenas lhes permitiria manter contato amistoso com as sinagogas, mas eles também poderiam até reforçar seus laços com os cristãos judeus em Jerusalém, que tinham uma desconfiança crescente acerca da obra que estava sendo feita entre os gentios (At 21:20, 21). Sem dúvida, também, em certo sentido, suas ações poderiam tornar mais eficaz seu testemunho aos judeus.

Independentemente da situação que Paulo tinha em mente, seu pensamento era claro: “Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3:12).

Pense nas razões que essas pessoas tinham para ensinar seus erros. Parecia bastante razoável, considerando todas as coisas. Será que até mesmo os “melhores” motivos podem nos desviar do caminho, se não tivermos cuidado? Você já fez coisas erradas pelos motivos certos?



Terça
Ano Bíblico: Ap 15–17


Anunciando a glória da cruz (Gl 6:14)


“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl 6:14, NVI).

Depois de revelar os motivos que levaram alguns a insistir na circuncisão, Paulo apresentou sua mensagem do evangelho aos gálatas uma última vez, embora apenas de forma resumida. Para Paulo, o evangelho tem por base dois princípios fundamentais: (1) a centralidade da cruz (v. 14) e (2) a doutrina da justificação (v. 15). Na lição de hoje, o foco está no primeiro.

Vivendo no século 21, é difícil compreender o impacto causado originalmente pelos comentários de Paulo a respeito da cruz (Gl 6:14). Hoje, a cruz de Cristo é um símbolo comum e apreciado, que desperta sentimentos positivos para a maioria das pessoas. Nos dias de Paulo, porém, a cruz não era algo de que se pudesse vangloriar, mas algo a ser desprezado. Os judeus achavam ofensiva a ideia de um Messias crucificado, e os romanos consideravam a crucificação tão repulsiva que nem sequer era mencionada como forma de punição adequada para um cidadão romano.

O desprezo com o qual o mundo antigo considerava a cruz de Cristo é visto claramente no primeiro desenho da crucificação registrado. Datado do início do segundo século, um fragmento com um desenho antigo retrata a crucificação de um homem com a cabeça de um jumento. Abaixo da cruz, e ao lado da figura de um homem com as mãos levantadas em adoração, uma inscrição dizia: “Alexandre adora seu deus”. A questão é clara: a cruz de Cristo era considerada ridícula. Foi nesse contexto que Paulo ousadamente declarou que ele não poderia se gloriar em nada mais além da cruz de Cristo!

2. Que diferença a cruz de Cristo fez no relacionamento de Paulo com o mundo? Gl 6:14Rm 6:1-612:1-8Fp 3:8

A cruz de Cristo muda tudo para o cristão. Ela nos desafia não apenas a reavaliar nossa maneira de olhar a nós mesmos, mas também a maneira pela qual nos relacionamos com o mundo. O mundo (esta época de maldade e tudo o que isso implica) está em oposição a Deus (1Jo 2:16). Pelo fato de que já morremos com Cristo, o mundo já não mais tem o poder escravizante que mantinha sobre nós, e a antiga vida que um dia dedicamos ao mundo não mais existe. Seguindo a analogia de Paulo, a ruptura entre o cristão e o mundo deve ser como se os dois tivessem morrido um para o outro.

A cruz afetou seu relacionamento com o mundo? Que diferença ela fez na sua vida? Qual é a diferença entre sua vida hoje e a sua vida antes de se entregar ao Senhor, que morreu por você?



Quarta
Ano Bíblico: Ap 18, 19


Uma nova criatura


Tendo enfatizado a centralidade da cruz de Cristo para a vida cristã, Paulo então destacou o segundo princípio fundamental da sua mensagem do evangelho: a justificação pela fé.

Como vimos durante o trimestre, Paulo tinha basicamente colocado a circuncisão em oposição ao evangelho. No entanto, ele não era contra essa prática em si. Paulo havia feito várias declarações fortes contra a circuncisão (Gl 5:2-4), mas ele não queria que os gálatas concluíssem que ser incircunciso era mais agradável a Deus do que ser circuncidado. Esse não era o seu raciocínio, porque as pessoas podem ser de tal modo legalistas acerca do que fazem quanto acerca do que não fazem. Espiritualmente falando, a questão da circuncisão por si mesma é irrelevante. A verdadeira religião não está enraizada no comportamento externo, mas na condição do coração humano. Como o próprio Jesus disse, uma pessoa pode parecer maravilhosa por fora, mas estar espiritualmente podre por dentro (Mt 23:27).

3. O que significa ser uma nova criatura? Você teve essa experiência? Gl 6:152Co 5:17

Ktisis é a palavra grega traduzida por “criatura”. Ela tanto podia se referir a uma “criatura” individual (Hb 4:13) como a toda a ordem “criada” (Rm 8:22). Em ambos os casos, a palavra implicava a ação de um Criador. Tornar-se uma “nova criatura” não era algo que pudesse ser realizado por algum esforço humano – quer fosse a circuncisão, quer fosse qualquer outra coisa. Jesus Se referiu a esse processo como o “novo nascimento” (Jo 3:5-8). Este é o ato divino no qual Deus toma uma pessoa espiritualmente morta e sopra nela a vida espiritual. Esta é também mais uma metáfora para descrever o ato de salvação que Paulo geralmente descreve como justificação pela fé.

Paulo se referiu a essa experiência com mais detalhes em 2 Coríntios 5:17. Ele explicou que se tornar uma nova criatura significa mais que uma mudança em nosso status nos livros do Céu. Essa experiência produz mudança em nossa vida. Como observa Timothy George, “envolve todo o processo de conversão: a obra regeneradora do Espírito Santo que leva ao arrependimento e fé, o processo diário de mortificação e vivificação, o crescimento contínuo na santidade, que finalmente leva à semelhança com Cristo” (Galatians, p. 438).

Tornar-se uma nova criatura não nos justifica. Essa mudança radical é, em vez disso, a manifestação inequívoca da verdadeira experiência da justificação.

Você percebeu em sua vida as mudanças que devem ocorrer na “nova criação”? O que você pode fazer para facilitar a obra do Espírito Santo?



Quinta
Ano Bíblico: Ap 20–22


Considerações finais (Gl 6:16-18)


4. Paulo deu sua bênção aos que, disse ele, “anda[vam] conforme essa regra” (NVI). Dado o contexto, de qual “regra” você acha que Paulo estava falando? Gl 6:16

Apalavra traduzida por “regra” literalmente se referia a uma vara reta ou barra usada por pedreiros e carpinteiros para medir. A palavra posteriormente assumiu um sentido figurado, referindo-se às regras ou padrões pelos quais uma pessoa avalia algo. Por exemplo, quando as pessoas falam sobre o cânon do Novo Testamento, elas estão se referindo aos 27 livros do Novo Testamento, vistos como autoridade para determinar tanto a crença quanto a prática da igreja. Portanto, se um ensinamento não “está à altura” do que se encontra nesses livros, não deve ser aceito.

5. Quais eram as “marcas de Jesus” que Paulo trazia em seu corpo? O que ele quis dizer quando escreveu que ninguém devia “perturbá-lo” por causa dessas marcas? Gálatas 6:14 poderia ajudar a responder a estas perguntas? Gl 6:172Co 4:1011:23-29

A palavra marca vem da palavra grega stigmata, da qual a palavra portuguesa estigma também é derivada. Paulo poderia estar se referindo à prática comum de marcar os escravos com a insígnia de seu dono como uma forma de identificação, ou à prática de algumas religiões misteriosas, nas quais um devoto marcava a si mesmo como sinal de devoção. Em todo caso, “por ‘marcas de Jesus’, sem dúvida, Paulo se referiu às cicatrizes deixadas em seu corpo pela perseguição e sofrimento (2Co 4:1011:24-27). Seus adversários então insistiam em compelir seus conversos gentios a aceitar a marca da circuncisão, como sinal de sua submissão ao judaísmo. Mas Paulo tinha marcas que indicavam de quem ele havia se tornado escravo, e para ele não havia fidelidade a ninguém mais, a não ser a Cristo... As cicatrizes que Paulo havia recebido de seus inimigos, enquanto estava a serviço de seu Mestre, falavam com mais eloquência de sua devoção a Cristo” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 6, p. 989).

Quais são as “marcas”, físicas ou de outra natureza, que você tem por causa de sua fé em Jesus? Em outras palavras, o que sua fé custou a você?



Sexta
Ano Bíblico: Repassar o Novo Testamento


Estudo adicional


Acruz do Calvário desafia e, finalmente, vence todo o poder terreno e infernal. Na cruz está o centro de toda influência, e dela toda influência é transmitida. É o grande centro de atração, pois nela Cristo entregou Sua vida pela humanidade. Esse sacrifício foi oferecido com a finalidade de restituir o homem à sua perfeição original. Na verdade, além disso, ele foi oferecido para dar ao ser humano uma completa transformação de caráter, tornando-o mais do que vencedor.

“Aqueles que, na força de Cristo, vencerem o grande inimigo de Deus e do homem ocuparão uma posição nas cortes celestiais acima dos anjos que jamais caíram. Cristo declarou: ‘Eu, quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim’ (Jo 12:32, NVI). Se a cruz não encontrar uma influência em seu favor, ela produz uma influência. Através de cada geração sucessiva, a verdade para esse tempo tem sido revelada como verdade presente. Cristo na cruz foi o meio pelo qual a misericórdia e a verdade se encontraram, e a justiça e a paz se beijaram. Este é o instrumento que deve mover o mundo” (MS 56, 1899; Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.113).

Perguntas para reflexão
1. Que significado você encontra no fato de Paulo ter começado e terminado sua carta com uma referência à graça de Deus? Gl 1:3;6:18
2. À luz da declaração de Paulo sobre ter sido “crucificado... para o mundo” (Gl 6:14), qual deve ser o relacionamento dos cristãos com o mundo hoje? Qual deve ser a relação deles com questões ligadas ao meio ambiente, racismo, aborto, etc., se eles morreram para o mundo?
3. Como uma pessoa pode saber se experimentou a “nova criação” sobre a qual Paulo escreveu?
4. Com base no que você aprendeu neste trimestre, como você resumiria a visão de Paulo sobre os seguintes tópicos: lei, obras da lei, justificação pela fé, antiga e nova aliança, obra de Cristo e natureza da vida cristã ?

Resumo: A verdadeira religião não consiste em comportamento exterior, mas na condição do coração. Quando o coração for submisso a Deus, a vida da pessoa refletirá mais e mais o caráter de Cristo, à medida que ela crescer na fé. O coração deve ser subjugado por Cristo; quando isso acontecer, as outras coisas virão em seguida.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mensagem de fim de Ano

A Maior necessidade do mundo é a de "homens".
Homens, que se não comprem nem se vendam.
Homens e (Mulheres) que no íntimo do ser 
sejam verdadeiros e honestos;
Homens que não temam chamar o pecado pelo nome exato;
Homens e mulheres cuja conciência, seja tão firme ao dever como a bússula o é ao polo;
Homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.                                E.G.W. (Educação pg.57)


Estarei orando a Deus, para que você meu amigo(a) seja ao longo do ano vindouro, este Homem, ou esta Mulher que o Altissímo quer que faça diferença na terra.  


Boas Festa e Feliz Ano Novo em Cristo Jesus!


D´Jorge

sábado, 17 de dezembro de 2011

Lição da Escola Sabatina 17 a 24 de Dezembro

Lição 13
17 a 24 dezembro



O evangelho e a igreja


Casa Publicadora Brasileira – Lição 1342011


Sábado à tarde
Ano Bíblico: Tiago

VERSO PARA MEMORIZAR: “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6:10).

Leituras da semana: Gl 6:1-10; Mt 18:15-17; 1Co 10:12; Rm 15:1; Jo 13:34; Lc 22:3

Alguns produtores de batata decidiram guardar as maiores batatas para si mesmos e plantar as menores batatas, como sementes. Depois de algumas colheitas insatisfatórias, eles descobriram que a natureza havia reduzido suas colheitas de batata ao tamanho de bolas de gude. Com esse desastre, os agricultores aprenderam uma importante lei da vida.

“Eles não poderiam reter para si mesmos as melhores coisas da vida e utilizar as sobras para semente. A lei da vida decretou que a colheita seria o reflexo do plantio.

“Em outro sentido, plantar batatas pequenas ainda é uma prática comum. Tomamos as grandes coisas da vida para nós mesmos e plantamos as sobras. Esperamos que, por alguma estranha reviravolta das leis espirituais, nosso egoísmo seja recompensado com altruísmo” (International Student Fellowship Newsletter [Boletim da Sociedade Internacional de Estudantes], março de 2007).

Paulo aplicou esse princípio em Gálatas 6:1-10. Em lugar de membros que “se mordem e se devoram uns aos outros” (Gl 5:15, NVI), a igreja deve ser um lugar em que o Espírito nos leve a colocar os outros antes de nós mesmos. Entender que somos salvos pela graça deve nos tornar humildes, mais pacientes e compassivos em nossa maneira de tratar os outros.



Domingo
Ano Bíblico: 1 Pedro

Restaurando os caídos


Embora Paulo tivesse elevadas expectativas para a natureza da vida cristã (Gl 5:16), seu conselho aos cristãos em Gálatas 6:1 também apresenta a realidade de forma restauradora. Os seres humanos não são perfeitos, e nem mesmo os cristãos mais dedicados são imunes a erros. Em grego, as palavras de Paulo em Gálatas 5:16 indicam que ele estava imaginando uma situação ideal que possivelmente aconteceria na igreja, em algum momento. Mas Paulo deu aos gálatas a orientação prática sobre a maneira de lidar com situações difíceis quando elas surgissem.

1. Como os cristãos devem reagir se um irmão cair em algum comportamento pecaminoso? Gl 6:1; Mt 18:15-17

Para sermos beneficiados pelo conselho de Paulo em Gálatas 6:1, precisamos entender exatamente o tipo de situação que Paulo tinha em mente. A questão girava em torno de duas palavras usadas na primeira metade da frase. A primeira palavra é apanhado (NTLH) ou surpreendido (NVI). Significa literalmente “ser descoberto, surpreendido ou pego de surpresa”. O contexto e diferentes nuances associados com essa palavra sugere que Paulo tinha dois aspectos em mente. Não se referia apenas a um cristão que “apanha” um irmão em algum ato de pecado, mas também ao processo pelo qual uma pessoa é “surpreendida” por um comportamento (Pv 5:22) que, na melhor das circunstâncias, ela preferiria evitar.

A probabilidade de que a transgressão que Paulo mencionou não fosse deliberada é evidente pela linguagem que ele usou. A palavra traduzida por “falta” (RA) ou “pecado” (NIV), que vem da palavra grega paraptoma, não se referia a um pecado deliberado, mas a um erro, um tropeço, ou um passo em falso. Este último, em particular, faz sentido à luz dos comentários anteriores de Paulo sobre “andar” no Espírito. Embora isso de modo nenhum desculpe o erro da pessoa, torna claro que Paulo não estava lidando com um caso de pecado obstinado (1Co 5:1-5).

A resposta adequada em tais circunstâncias não deve ser a punição, condenação ou exclusão, mas a restauração. A palavra grega traduzida como “restaurar” (NVI) ou “corrigir” (RA) é katartizo e significa “consertar” ou “pôr em ordem”. No Novo Testamento ela é usada no sentido de “consertar” redes de pesca (Mt 4:21), e descreve o processo de restauração de um osso quebrado, sendo um termo médico na literatura grega. Da mesma forma que não abandonaríamos um irmão cristão que caísse e quebrasse uma perna, como membros do corpo de Cristo, devemos bondosamente cuidar de nossos irmãos e irmãs em Cristo que podem tropeçar e cair, enquanto andamos juntos no caminho para o reino de Deus.

Em vez de praticar Mateus 18:15-17, por que tantas vezes falamos mal da pessoa, permitindo que nossa irritação cresça contra ela ou até planejemos uma vingança?



Segunda
Ano Bíblico: 2 Pedro


Cuidado com a tentação


“Disse Natã a Davi: Tu és o homem” (2Sm 12:7).

A seriedade das palavras de Paulo em Gálatas 6:1 – guardar nossa vida para que nós também não entremos em tentação – não deve ser menosprezada. Uma indicação da urgência e interesse pessoal por trás do conselho de Paulo pode ser vista em sua maneira de fazer o apelo. A expressão traduzida por “olhando por ti mesmo” (RC) ou “guarda-te” (RA) significa literalmente “considerar cuidadosamente” ou “prestar cuidadosa atenção a” (Rm 16:17; Fp 2:4). Então, o que Paulo disse literalmente foi: “mantenha um olhar atento sobre si mesmo” para que o pecado também não o pegue de surpresa. Para realçar essa advertência, Paulo mudou da segunda pessoa do plural (“vós”) na primeira metade de Gálatas 6:1 para a segunda pessoa do singular (“guarda-te”) na última metade do verso. Esta não era uma advertência geral que se aplicava a toda a congregação; era uma advertência pessoal, dirigida a cada indivíduo dentro da igreja.

Paulo não identificou explicitamente a natureza da tentação contra a qual ele advertiu os gálatas com tanta firmeza. Talvez ele não tivesse uma transgressão específica em mente, mas estivesse simplesmente se referindo ao perigo de cometer o mesmo pecado, não importando qual fosse, do qual eles estivessem tentando restaurar outra pessoa. Ao mesmo tempo, suas palavras em Gálatas 5:26 contra a atitude de se tornarem “presunçosos” (NVI) sugere que ele os estivesse advertindo contra a ideia de que eram, de alguma forma, espiritualmente superiores àqueles aos quais estavam restaurando.

2. Por que Paulo precisou advertir os gálatas contra o orgulho espiritual? 1Co 10:12; Mt 26:34; 2Sm 12:1-7

Um dos maiores perigos para a caminhada cristã é o sentimento de orgulho espiritual, que nos faz pensar que somos, de alguma forma, imunes a cometer certos tipos de pecado. O fato preocupante é que todos temos a mesma natureza pecaminosa, que está em oposição a Deus. Assim, sem o poder da restrição do Espírito de Deus, poderíamos nos entregar a quase qualquer pecado, se as circunstâncias fossem convenientes. Essa consciência da nossa verdadeira identidade fora de Cristo pode nos impedir de cair no pecado da justiça própria e nos tornar mais solidários com os que erram.

Quantas vezes você condenou os outros (talvez apenas em seu coração) por terem cometido pecados que, um dia, você também cometeu?



Terça
Ano Bíblico: 1 João


Levando os fardos dos outros (Gl 6:2-5)


3. Além de restaurar os caídos, que outras instruções Paulo deu aos cristãos na Galácia? Gl 6:2-5; Rm 15:1; Mt 7:12

A palavra grega traduzida como “carga” em Gálatas 6:5 é baros. Ela se referia literalmente a um grande peso ou carga que alguém tinha que carregar por uma longa distância. No decorrer do tempo, no entanto, se tornou uma metáfora para qualquer tipo de problema ou dificuldade, como o fardo de uma longa jornada de trabalho em um dia quente (Mt 20:12). Embora o contexto imediato da ordem de Paulo de “[levar] as cargas uns dos outros” certamente incluísse as falhas morais dos irmãos mencionadas no verso anterior, o conceito de carregar os fardos, que ele tinha em mente, era muito mais amplo. As instruções de Paulo revelam várias noções espirituais sobre a vida cristã que não devem ser menosprezadas.

Primeiramente, como observou Timothy George, “todos os cristãos têm fardos. Nossos fardos podem ser diferentes em tamanho e forma e podem ser de natureza variada, dependendo da ordem providencial de nossa vida. Para alguns, é o fardo da tentação e as consequências de uma falha moral, como está em Gálatas 6:1. Para outros, pode ser doença física, distúrbio mental, crise familiar, falta de emprego, opressão do demônio, ou uma série de outras coisas; mas nenhum cristão está isento de fardos” (Galatians, p. 413).

Em segundo lugar, Deus não pretende que carreguemos sozinhos todos os nossos fardos. Infelizmente, muitas vezes estamos muito mais dispostos a ajudar os outros a levar seus fardos do que a permitir que os outros nos ajudem a carregar os nossos. Paulo condenou essa atitude de autossuficiência (Gl 6:3) como orgulho humano, quando nos recusamos a admitir que também temos necessidades e fraquezas. Esse orgulho não apenas nos priva do conforto dos outros, mas também impede os outros de cumprir o ministério que Deus os chamou a realizar.

Finalmente, Deus nos chama a levar as cargas dos outros, porque é através das nossas ações que o conforto de Deus se manifesta. Esse conceito está fundamentado no fato de que a igreja é o corpo de Cristo. Um exemplo disso está nas palavras de Paulo: “Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito” (2Co 7:6). Observe que “o consolo divino não foi dado a Paulo na sua oração pessoal e espera pelo Senhor, mas por meio do companheirismo de um amigo e pelas boas notícias que ele trouxe”.

“A amizade humana, na qual levamos as cargas uns dos outros, faz parte do propósito de Deus para Seu povo” (John R. W. Stott, The Message of Galatians , p. 158).

O que impede você de procurar ajuda? Seria orgulho, vergonha, falta de confiança ou senso de autossuficiência? Em caso de necessidade, por que não procurar uma pessoa de confiança para compartilhar seus fardos?



Quarta
Ano Bíblico: 2 João; 3 João; Judas


A lei de Cristo (Gl 6:2-5)


4. Para Paulo, levar os fardos e cumprir a lei de Cristo estavam relacionados. O que ele quis dizer com “a lei de Cristo”? Gl 5:14; 6:2; Jo 13:34; Mt 22:34-40

Ouso que Paulo fez da expressão “a lei de Cristo” (ton nomon tou Christou) não ocorreu em nenhuma outra parte da Bíblia, embora ele tenha usado uma expressão semelhante em 1 Coríntios 9:21 (ennomos Christou). A singularidade dessa frase tem resultado em uma série de interpretações diferentes. Alguns equivocadamente argumentam que essa é uma evidência de que a lei de Deus, dada no Sinai, havia sido substituída por uma lei diferente, a lei de Cristo. Outros alegam que a palavra lei se refere simplesmente a um “princípio geral” (Rm 7:21), significando que, ao levar os fardos dos outros, estamos seguindo o exemplo de Jesus. Embora esta última interpretação tenha algum mérito, o contexto e a semelhança de linguagem com Gálatas 5:14 sugerem que, “[cumprir] a lei de Cristo” é mais uma referência ao cumprimento da lei mosaica através do amor. Paulo mostrou anteriormente, em sua carta, que a lei moral não havia sido anulada com a vinda de Cristo. Em vez disso, a lei moral, representada pelo amor, continuava a desempenhar um papel importante na vida cristã. Isto é o resumo do que Jesus ensinou durante Seu ministério terrestre e também praticou em toda a Sua vida e até na Sua morte. Ao levar os fardos dos outros, não apenas estamos seguindo os passos de Jesus, mas também estamos cumprindo a lei.

Outra questão que surge nesses textos é a aparente contradição entre Gálatas 6:2 e 6:5. No entanto, esse problema é facilmente resolvido quando se percebe que Paulo estava usando duas palavras diferentes para descrever duas situações diferentes. Como já vimos, a palavra para carga no verso 2 (baros), se refere a uma carga pesada que deve ser carregada por uma longa distância. A palavra phortion, no verso 5, no entanto, se refere à carga de navio, à mochila de um soldado, ou até mesmo a uma criança no ventre. Enquanto os dois primeiros fardos podem ser deixados de lado, este último não pode. A mulher grávida deve levar seu próprio filho. Como esse exemplo sugere, existem alguns fardos que as pessoas podem nos ajudar a carregar, mas há outros que nenhum ser humano pode carregar por nós, como o peso de uma consciência culpada, o sofrimento e a morte. Para esses, precisamos contar com a ajuda de Deus somente (Mt 11:28-30).

Embora você possa obter ajuda de outras pessoas com relação a alguns fardos, há cargas que você deve levar unicamente ao Senhor. Como você pode aprender a entregar ao Senhor as coisas que simplesmente não pode suportar?



Quinta
Ano Bíblico: Ap 1–3


Semear e colher (Gl 6:6-10)


No Novo Testamento, a palavra traduzida por “zomba” (mukterizo), ocorre somente em Gálatas 6:7, embora apareça muitas vezes na tradução grega do Antigo Testamento. Significa literalmente “erguer o nariz em desprezo”. No Antigo Testamento, isso normalmente se referia ao desprezo pelos profetas de Deus (2Cr 36:16; Jr 20:7), e ainda foi usado uma vez para descrever de forma viva uma atitude rebelde para com Deus (Ez 8:17).

O raciocínio de Paulo é que as pessoas podem ignorar Deus ou mesmo zombar de Seus mandamentos, mas não podem enganar Deus. Ele é o juiz supremo, e no fim eles terão que pagar o preço por suas ações.

5. O que Paulo quis dizer em Gálatas 6:8? Que exemplos você pode encontrar na Bíblia de personagens semeando para a carne e para o Espírito? At 5:1-5; Lc 22:3; Dn 1:8; Mt 4:1

A metáfora de Paulo sobre semear e colher não é única. É um fato da vida que aparece em muitos antigos provérbios famosos. O que é significativo, entretanto, é como Paulo o utiliza para destacar seus comentários anteriores sobre a carne e o Espírito. James D. G. Dunn observa: “Um equivalente moderno é que ‘somos livres para escolher, mas não somos livres para escolher as consequências de nossa escolha’” (Galatians, p. 330).

Embora Deus nem sempre nos livre das consequências terrenas dos nossos pecados, não devemos ser dominados pelo desespero em virtude das más escolhas que fizemos. Podemos nos alegrar porque Deus nos perdoou os pecados e nos adotou como Seus filhos. Devemos aproveitar as oportunidades que temos hoje para investir nas coisas que produzirão uma colheita celestial.

Gálatas 6:10, entretanto, esclarece a questão de que a “a ética cristã tem um foco duplo: um é universal e totalmente abrangente: ‘façamos o bem a todos’; a outra é particular e específica: ‘especialmente aos da família da fé’. O apelo universalista de Paulo estava apoiado no fato de que todas as pessoas, em todos os lugares, foram criadas à imagem de Deus e são, portanto, infinitamente preciosas aos Seus olhos. Todas as vezes que os cristãos se esqueceram dessa informação básica da revelação bíblica, inevitavelmente eles se tornaram vítimas dos pecados ofuscantes do racismo, sexismo (preconceito contra o sexo oposto), tribalismo, discriminação de classes sociais e muitos outros tipos de intolerância que têm devastado a comunidade humana desde Adão e Eva até os dias atuais” (Timothy George, Galatians, p. 427, 428).

Você está semeando, para o bem ou para o mal. Considerando sua vida, que tipo de colheita você obterá?



Sexta
Ano Bíblico: Ap 4–6


Estudo adicional


O Espírito de Deus mantém o mal sob o controle da consciência. Quando o homem se coloca acima da influência do Espírito, ele obtém uma colheita de iniquidade. Sobre esse homem, o Espírito tem uma influência cada vez menor para impedi-lo de semear as sementes da desobediência. As advertências têm cada vez menos poder sobre ele. Essa pessoa perde gradualmente seu temor de Deus. Ele semeia para a carne; ele colherá corrupção. A colheita da semente que ele próprio tem semeado está amadurecendo. Ele despreza os santos mandamentos de Deus. Seu coração de carne se torna um coração de pedra. A resistência à verdade o confirma na iniquidade. Visto que os homens semearam as sementes do mal, a ilegalidade, o crime e a violência prevaleceram no mundo antediluviano.

“Todos devem ser inteligentes no que diz respeito aos meios pelos quais uma pessoa é destruída. Não é por causa de algum decreto que Deus determinou contra o homem. Ele não torna o homem cego espiritualmente. Deus dá luz e provas suficientes para capacitar o homem a distinguir a verdade do erro. Mas Ele não força o homem a receber a verdade. Ele o deixa livre para escolher o bem ou para escolher o mal. Se o homem resiste à evidência que é suficiente para orientar sua decisão na direção certa, e escolhe o mal uma vez, ele fará isso mais facilmente na segunda vez. Na terceira vez, ele se afastará de Deus ainda mais avidamente e decidirá se colocar do lado de Satanás. Ele continuará nessa direção até que seja confirmado no mal, e acredite na mentira que ele tem acariciado como se fosse verdade. Sua resistência produziu a colheita” (MS 126, 1901, Ellen G. White Comments, SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.112).

Perguntas para reflexão
1. Na prática, o que significa realmente “restaurar” um irmão que caiu em pecado? De que forma a natureza do pecado cometido afeta o processo de restauração? Será que a restauração significa que tudo será como antes? Comente.
2. Visto que existem alguns fardos que as pessoas devem levar por si mesmas (Gl 6:5), como o cristão pode saber se deve tentar ajudar alguém?
3. Sua igreja está de acordo com as instruções de Paulo em Gálatas 6? O que você pode fazer pessoalmente para ajudar a melhorar as coisas?

Resumo: A indicação da presença de Deus entre Seu povo está na manifestação do espírito cristão dentro da igreja. Ela pode ser vista na forma pela qual o perdão e a restauração são estendidos aos que erram, na maneira de se ajudarem mutuamente nas provações e nos atos intencionais de bondade, partilhados não apenas entre si, mas também com os incrédulos.