A Biblia Sagrada

A Biblia Sagrada
Assim diz o Senhor: Santifica-os na Verdade; a Tua Palavra (A Bíblia) é a Verdade. João 17:17

sábado, 24 de setembro de 2011

A Divisão da Bíblia em Versos e Capitulos

       Originalmente os livros da Bíblia não possuem qualquer divisão, o que muito difilcultava encontrar passagens especificas. Com o tempo, houve várias tentativas de dividir os textos sagrados.

A primeira que se conhece, foi a divisão do pentateuco em 161 porções, chamadas SEDARINS  ou TORÁ. O objetivo era ler nas sinagogas um sedarin a cada sábado, de modo que todo Pentateuco fosse lido num período de três anos.

       Outra divisão foi feita por Eusébio (265 - 540) Bispo de Cesaréia e autor de vários livros. Ele dividiu os evangelhos em pequenas e grandes porções, de modo que haviam (Ex: 355 Mt., 235 Mc. e 342 Lc. e 232 em João.) Também citamos Eulálio, diácono de Alexandria, que em 459, dividiu as epístolas e o livro de Atos.

       A divisão em capitulos que hoje adotamos em nossas Bíblias foi criação de Stephen Langton, Cardeal e Arcebispo de Cantebury e Professor da Universidade de Paris falecido em 1228. Ela apareceu primeiro na Vulgata Latina e, a partir dela passou para outras versões.

       A divisão em versículos, hoje adotada universalmente, surgiu bem mais tarde e após várias experiências por parte de estudiosos da Bíblia. Em 1240, Hugo de Saint-Cheir havia dividido cada capítulo em sete partes assinaladas por letras. Em 1509, Lefévre numerou os os versos dos Salmos e, no ano 1528, Panini chegou a numerar toda a Bíblia. Finalmente, o Francês Roberto Etiene Stefhanus fez a sua divisão, que foi introduzida pela primeira vez no texto do NT grego em 1551. Mais tarde a divisão em versículos apareceu também no AT e nos apócrifos, na Bíblia de Genebra, em  1560. Foi essa divisão feita por Stephanus que vingou, provavelmente porque ele, sendo um impressor, publicou em 1555 uma concordância bíblica, e  os que desejavam usá-la precisavam seguir a numeração que ele havia proposto.

       Eu preciso saber que essas divisões adotadas não são perfeitas, o que pode ser facilmente constatado quando se verifica que alguns títulos de parágrafos ou seções, que aparecem em algumas Bíblias, não coincidem com o início dos capítulos. Um bom exemplo é o capítulo 53 de Isaías. Deveria começar em 52:13, pois é ali que se inicia o assunto que ele trata: O Servo do SenhorOutro, é o encontrado no livro de Colossenses, no quarto capítulo. Claramente o primeiro verso pertence à seção anterior, que trata das relações em famílias e entre senhores e servos. Assim, poderiam ser citados muitos outros textos em que a divisão não está correta, contudo essas incorreções em nada alteram o conteúdo da mensagem.

Referências bibliográficas:

Livros: Introdução Geral à Bíblia (Cap. 13) / Como a Bíblia foi escrita e chegou até nós. (Dr. e Prof. de Teologia Emilson dos Reis)

Consultar também:
Apolinário, 204. - Ibid, 204-205 - EBTF, ver "Stephen Langton" e " A Divisão da Bíblia em Versícculos".

                                   Eu Preciso Saber

A Bíblia Tem:

     66 Livros *(Usando a João Ferreira de Almeida como referência)
     39 Livros no Velho Testamento 
     27 Livros no Novo Testamento 

A Bíblia Sagrada é dividida em Sete partes desiguais citadas abaixo:
    
     17 livros Históricos
     17 livros Proféticos
     05 Livros Poéticos
     04 Livros Evangélicos
     01 Atos dos Apóstolos
     21 Cartas ou Epístolas e finalizando com
     01 Livro de Apocalipse ou Revelação de João.


E ela tem:


              3.586.483 Letras
                773.693  Palavras
                  31.373  Versos (Em 1.551 por Robert Etiene Stefhanus)
                    1.189  Capítulo (Em 1.250 por Stephen Langton)

                                  3.573  Promessas
                                  1.845  Referentes a Volta de Jesus
                                  1.527  Jesus vai  voltar no Velho Testamento
                                    318   Jesus vai  voltar no Novo Testamento

                                   395   Não Temas
                                   366   Não Temais
          Totalizando em 761   Frases "Não Tenha Medo"

                                 1.463  Páginas *(RC) Letras Gigantes
                                 1.108  Páginas - Letras Gigantes no Velho T.
                                    355  Páginas - Letras Gigantes no Novo T.

* obs: (Usando como referência a Bíblia de Almeida Versão (RC=  
           Revisada e  Corrigida em letras Gigantes)  

                                    843  Páginas - *(RA) Biblia em letra Normal
                                    630  Páginas -  No Velho Testamento 
                                    213  Páginas -  No Novo Testamento 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Origem da Escrita Bíblica

       A Origem da Escrita  -  Os primeiros homens não sabiam escrever e isso nem era necessário. Como viviam muito e possuíam uma capacidade mental muito grande, coseguiam passar suas informações de viva voz para varias gerações de seus descendentes. Todavia, com a diminuição do tempo de vida e o enfraquecimento de memória, surgiu a necessidade de se efetuarem registros que fossem preservados para a posteridade.
       
    Podemos dizer que a escrita, desde os seus primórdios, passou por três fases distintas. A escrita primitiva se chamava pictogrâmica. Consistia em figuras que representavam objetos. Assim, o desenho de mão representava uma mão mesmo, o de uma flecha, uma flecha. Com o correr do tempo houve uma evolução e as figuras passaram a representar idéias. Agora, o desenho de uma mão representava a idéia de agarrar e a figura de uma flecha, a idéia de caçar. Neste estágio a escrita é chamada de Ideogrâmica. Os sinais de trânsito, usados na atualidade em todo mundo, são bons exemplos de escrita ideogrâmica. Numa terceira etapa apareceu a escrita Fonogrâmica, onde os traçados representavam sons ou fonemas.
        A escrita mais antiga  que se conhece é a da Suméria, situada  na região da Mesopotâmia. Possui cerca de 5500 anos e fazia uso de quase 20000 sinais. Na antiguidade, os povos que mais se destacaram no desenvolvimento da escrita, foram os egípcios e os babilônios. A escrita egípcia antiga era  formada de figuras que representavam objetos e idéias e que são conhecidas como hieróglifos. Já a escrita babilônica é chamada de cuneiforme porque consistia em desenhos na forma de pequenas cunhas, gravadas em baixo relevo, em pedra ou argila. As cunhas representam idéias ou palavras ou silabas, dependendo do contexto onde aparecem.

                 Os Hieróglifos e a Pedra de Roseta

       No Egito há milhares e milhares de desenhos e pinturas espalhados em documentos, objetos de cerâmica e nas paredes e muros de palácios, templos, pirâmides e outras antigas construções. Até por volta de 1800 ninguém sabia o que eles significavam. Em 1799, quando o exército de Napoleão invadiu o Egito, descobriram uma pedra de granito preto que media 115 X 66 X 28 cm. Como o local onde se encontrava chamava-se Roseta, ela ficou conhecida como Pedra Roseta. Em uma de suas faces, que fora polida, encontravam-se três tipos de escrita. A parte superior da pedra estava escrita em hieróglifo, a parte central em demótico, e a parte inferior em grego. A pedra foi retirada do local e alguns anos mais tarde foi parar no museu Britânico.

       O que estava escrito em grego foi lido sem dificuldade. Em suma, ela contava que em 195a.C.  os sacerdotes do Egito mandaram escrever naquela pedra sua gratidão ao rei  Ptolmeu Epifanes que lhes havia perdoado os impostos e concedido diversos outros favores. Depois de lida essa narrativa, concluiram que as outras duas inscrições contavam a mesma história, pois era comum, na antiguidade, escrever um relato em mais de uma língua (ver, como exemplo, a inscrição sobre a cruz de Jesus, no livro de S. João.
Onde assim diz a palavra de Deus:

" Pilatos escreveu também um título, e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.
Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego."  (João 19:19-20)

     Contudo, as duas inscrições restantes permaneciam como um desafio aos sábios. Alguns anos mais tarde conseguiram ler o demótico, que era a escrita egípcia à época em que mandaram erigir a pedra. Contava, realmente a mesma história que o escrito grego. Agora, ainda faltava decifrar a escrita mais antiga e importante, aquela que empregava os heróglifos. Muitos homens se empenharam nessa tarefa mas pouco conseguiram. Finalmente, em 1818, o Francês Jean Fracois Champollion, conseguiu não apenas decifrá-la, como também preparar uma gramática e um dicionário egípcio. A partir de então puderam ler os hieróglifos e conhecer a milenar história do Egito.  (Ver figuras abaixo)Vale lembrar que há registros egípcios que são milhares de anos mais antigo que a própria Bíblia e que a literatura do Egito confirma muitas informações históricas relatadas no Antigo Testamento.
 




 
(Textos e Pesquisas extraido do livro Introdução Geral à Bíblia) do Dr. Edmilson dos Reis. Membro da comissão executiva da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (ASTES) Professor de Teologia e coordenador acadêmico do Seminário Adventista Latino Americano de Teologia (SALT).
Imagens : Google.










 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Os Evangelho e os Judeus II


     A compilação feita por Mateus e o Evangelho de Marcos; Esses dois fatos -  serviram aos críticos modernos como base para as suas investigaçãoes.  Encontrando muita semelhança entre  os  três   primeiros Evangelhos, por vezes até a mesma forma de expressão, chegaram à conclusão de que o segundo Evangelho, que apresenta a vida de Jesus descrita de maneira mais simples e numa ordem cronológica mais perfeita, constituía a composição original, de que se servem os outros dois envangelistas.

Há, contudo, outros critérios que permitem ao pesquisador judeu precisar a origem e autenticidade das narrações evangélicas, traçando os vários estágios de seu desenvolvimento. Depois de uma análise cuidadosa, os estudiosos do problema chegaram à conclusão de que quanto mais velha e genuína a narração, escrita ou oral, das ações e dos ensinamentos de Jesus, maior complacência apresenta em relação aos judeus e ao judaísmo.

     A mudança de atitude do cristianismo parece ter tido influência sobre os registros em todos os seus estágios, sendo esta, provavelmente, a causa dos depoimentos contraditórios percebidos num estudo comparativo dos Evangelhos.

     Os Evangelhos não são simples vidas de jesus de Nazaré. São uma proclamação atual de sua pessoa e de sua missão. Conservam uma historicidade fundamental, transmitindo os ensinamentos e as ações de Jesus....
     Talvez nunca tenhamos  refletido nisto: Os Evangelhos têm profundas raízes no judaísmo. Talvez não se tenha refletido suficientemente sobre este aspecto. Acontece que, durante longos séculos, usaram as Sagradas Escrituras unicamente para conseguir pretextos e acusações que fomentassem o ódio ao judeu. E as interpretações parciais que, com esse objetivo se fundaram, criaram o falso conceito de que os Evangelhos culpam (todos) judeus pela morte de Jesus. Esta alegação foi, durante séculos, o esteio da perseguição  aos judeus.

     Todavia, uma análise mais minuciosa e desprovida de qualquer parcialidade consegue mostrar que os pontos comuns entre os Evangelhos e o judaísmo surgem em muito maior número do que se imagina. O que, inexplicavelmente acontece é que os indivíduos se esquecem de que Jesus era judeu e de que os primeiros seguidores do cristianismo também o eram. Não se pode perder de vista que a religião cristã surgiu na Palestina, com os judeus e, primeiramente, para eles.

     JESUS VOLTARÁ - A Bíblia, Antigo e Novo Testamento, é a expressão dessa esperança animadora de todas as criaturas dotadas de espírito. Elas aguardam, desde o princípio, que se cumpra esssa " Boa Nova" do Evangelho. Por isso temos que ler, estudar e amar a Palavrade Deus. Esta Boa Nova foi confiada aos filhos de Abraão, tanto do Antigo como do Novo Testamento, a divulgação pelo mundo todo da Boa Nova da participação por todos na vida eterna única.

O Alvo do Antigo e do Novo Testamento é o mesmo. A esperança do Advento do Messias ungido por Deus já estava dominando desde os tempos pré-mosaicos.
Assim disse o Patriarca Jó:

" Eu sei que o meu Redentor vive...." (Jó 19:25)

Também as profecias de Isaias só podem ser compreendidas como prenúncios da vida eterna.

" Todo homem saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador e o teu Redentor, o Deus poderoso de Jacó" (Isaias 49:26).

O Messias ungido, vindo de Deus, domina a esperança de todos os crentes conscientes.

Quando Jesus disse à mulher samaritana:
" A Salvação vem dos Judeus" (João 4:22) Jesus quis dizer ao mundo que o Antigo Testamento era o fundamento insubstituível do conhecimento de Deus. Também Paulo, o apóstolo judeu dos gentios, escreveu em sua epístola aos Romanos:
" Pergunto, pois: terá Deus rejeitado seu povo? De jeito algum...Deus não rejeitou seu povo que ele elegera e o tivera desde o príncipio como sua propriedade..." (Rom.11:1-2).

Portanto, os judeus e os Evangelhos estão estritamente ligados com as Boas Novas do Evangelho Eterno.

(Hugo Schlesinger é Jornalista, escritor. Nascido na Polônia, chegou ao Brasil logo após a Segunda Guerra Mundial. Autor de diversas obras, Pertenceu à Academia Cristã de Letras e foi "Doutor Honoris Causa"  em Economia, Filosofia e Ciências Sociais. Foi três vezes co-presidente do Conselho de Fraternidade Cristã-Judaica de São Paulo. Fez parte da Comissão Nacional do Diálogo Religioso entre Católicos e Judeus.)


sábado, 3 de setembro de 2011

Os Evangelhos e os Judeus

O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, excetuando-se o Livro de Mateus, que foi escrito em hebraico, e depois traduzido para o grego. Em tempos posteriores, foram feitas traduções latinas, por diferente pessoas, tanto da Septuaginta como do Novo Testamento grego, e a mais cuidadosamente preparada vulgata Latina de Jerônimo. As Escrituras completas foram feitas nos anos 383-405 de nossa era. 

Agora vejam o que escreveu Hugo Schlesinger em sua obra Os Evangelhos e os Judeus
A Igreja Cristã, nos fins do século II, deu o nome de Novo Testamento aos evangelhos e outros escritos apostólicos, por terem sido elaborados com o proposito de demonstrar que o advento de Jesus de Nazaré dava cumprimento às profecias messiânicas, firmando Deus novo convênio que substituía o antigo, mosaico. A idéia de um novo pacto baseia-se principalmente em Jeremias 31:33 Assim diz o Senhor: 

"Porque  está é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo" . Jer.31:33 (Versão Almeida RA)

      No entanto, as palavras do profeta não implicam uma abolição da lei, pois declara ele que o pacto de Deus com Israel é imutável; seu pensamento consistia numa renovação da lei, através da regeneração do povo. Para Paulo e seus discípulos, a dispensação mosaica terminava com a vinda de Jesus. As Escrituras hebraicas passaram a ser consideradas o "Antigo Convênio" ou " Antigo Testamento", enquanto Jesus era considerado o mediador do "Novo". (Os Evangelhos e os Judeus pg.9)

      Os nomes Antigos e Novo Testamento, quando empregados por autores judeus, servem apenas como termos de identificação, não implicando na aceitação do princípio neles contido.
A Igreja primitiva não possuía outros livros sagrados além dos usados na Sinagoga. Nesses livros é que se baseou para declarar que, com o messianismo de Jesus, as profecias contidas nas Escrituras Sagradas se realizavam.
      Há grande divergência de opinião entre as diversas escolas  de teológos e críticos cristãos, no que se refere ao modo de composição e às datas dos vários escritos que compõem o novo Testamento. 
     Os quatro Evangelhos foram compostos, em sua grande parte, entre os anos 80 e 150 do calendário romano. Cada um deles relata, de maneira pessoal, a história de Jesus, contada desde o nascimento de João Batista até à ascenção, com o propósito de mostrar que ele era o Messias das profecias judaicas. O último dos Evangelhos, o de João difere dos outros três, Mateus, Marcos e Lucas, por emprestar a Jesus um caráter místico e metafísico, apresentando-o não como filho de Davi, mas como filho do própio Deus, no sentido cósmico da palavra.

     Os Evangelhos não são considerados obra dos apóstolos, mas transmissão oral da tradição emanada deles. Veja o que escreveu o apóstolo Lucas:

1 "Visto que muitos houve que empreederam uma narração coodernada dos fatos que entre nós se realizaram,
2 conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra,
3 igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem,
4 para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído". Lucas 1:1-4 (Versão Almeida RA)

     Acima citado: Lucas se refere à existência de muitos evangelhos, baseados em narrações feitas pelos discípulos e por pessoas que testemunharam os fatos. Pápias, autoridade do século II, conta que Marcos escreveu aquilo que teria ouvido de Pedro e que Mateus havia feito uma compilação das próprias palavras de Jesus em aramaico, sem a estrutura histórica que cada comentador deu, à sua maneira.

Esses dois fatos - a compilação feita por Mateus e o Evangelho de Marcos - serviram aos críticos modernos como base para as suas investigações. Encontrando muita semelhança entre os três primeiros Evangelhos, por vezes até a mesma forma de expressão, chegaram à conclusão de que o segundo Evangelho, que apresenta a vida de Jesus descrita de maneira mais simples e numa ordem cronológica mais perfeita, constituía a composição original, de que serviram os outros dois evangelistas. (idem pg.10)

Agora, vamos fazer uma pausa e assistir este importante documentário: